sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pagina 6

Aquela cidade foi a maior surpresa da minha viagem. Assim que cheguei, dentro da rodoviária ralé, só encontrei gente sem gosto. Enquanto andava pelas ruas pequenas e sujas só consegui enxergar um povo sujo, fedendo a esgoto. Mas durante a noite, tudo mudou. A cidade tinha uma cor forte, o mais vermelho dos vermelhos. E as ruas tinham um gosto forte. A que mais lembro se chama: reina de los muertos– mais conhecida como a rua das prostitutas. Enquanto transitava por ela senti dos tremores o mais complicado. Um arrepio seco, um prazer premeditado entrava pelos meus olhos e transbordava em forma de saliva.

Ao voltar do cais, nesta mesma rua, fui convidado a visitar uma casa, e lá conheci Isabel. Menina Jovem, mas com jeito de mulher, gosto de mulher. Quando descobriu que estava naquela cidade tentando escrever algo, me levou a um quarto no final do corredor, e ofereceu seu corpo como folha. Enquanto observava ela se despir e - sentado sobre a cama - escutava o barulho do quarto ao lado um misto de gozo e temor me envolvia. Naquela noite, naquele corpo - cheio de linhas imaginarias - minha língua foi a pincel.

T.

2 comentários:

Anônimo disse...

muito agradável leitura

a la gabriel garcia marquez

:)

Daros disse...

Massa!