quinta-feira, 16 de julho de 2009

Para todas as noites vazias

VII

Tu sabes que serram cavalos vivos
Para que fiquem macias
As sacolas dos ricos?
Tu gozas ou defecas
Diante do ato sem nome
O rubro dessa orgia?

XII

Águas de grande sombra, água de espinhos:
O Tempo não roerá o verso da minha boca.
Águas manchadas de um torpor de vinhos:
Hei de tragá-las todas. E lúbrico, descontínuo
O TEMPO NÃO VIVERÁ SE TOCAR A MINHA BOCA.

Hilda Hilst, Via Vazia

3 comentários:

Daros disse...

Hilda Hist é foda! :]

Anônimo disse...

eu diria PHoda.

Camila Costa Silva disse...

é bom receber um comentário de quem leia a hilda. é dizer: de quem tenha tão boa percepção