domingo, 20 de julho de 2008

Fotografia

Dos meus sorrisos, das minhas alegrias, nunca sei onde guarda-las, ou se guarda-las; ou onde joga-las fora. Não encontro clareza olhando pro céu, e por isso as vezes gostaria de ser como você, pode ser até inveja isso, eu não sei. Não é na fonte da cidade, nem no andar da menininha que encontro o meu sorriso. Não é no pôr-do-sol, nem na chuva que eu me completo. Talvez na tempestade, mas bem mais provável na calmaria, na sonolência, na dormência dos corpos, no pensamento vazio. Tua simplicidade não se parece com a minha. Minha simplicidade é fajuta, cheia de escadas e corrimões, portas e labirintos; nada parecido com esse solo plano em que tu andas. É esse sentir espontâneo que queria ter, sentir na hora, no exato momento.

Estranho é falar isso hoje, depois de tudo. Mas eu sei o que você diria. Mesmo estando longe agora, eu sei. Como a única pessoa e me abrir às janelas quando preciso de ar. Você me diria algo pesado, mas verdadeiro. Destrói e constrói. Bem a sua cara.

Um comentário:

Anônimo disse...

Impressões de um monólogo sob o papel fotográfico incomunicável. Impresso qual fotografia.